Do jardim ao Letes

Eu revelei-me demais e o sei,
desnudei ombros e pescoço
e toda a sombra que eu inventei
caiu sobre meu antro insosso.


Não sei o que espera da minha fala,
já eu, espero que estoures a mudez,
apesar da vida que me cala,
deixei de vê-lo com toda a sensatez.


Menino! Não passas disto!
Destrói-me com suas palavras,
por mim não é mais benquisto,
na espada que em todos encravas.


Carregue-se sozinho!
                        eu não quero mais.
Use de seu próprio carinho!
                       não me importa onde vais.


Eu te minto agora, não crês?
mas a verdade, por ti ignorada,
não mostrarei outra vez.
Agora sou toda alma invernada.

0 comentários:

Postar um comentário