Do jardim ao Letes
Eu revelei-me demais e o sei,
desnudei ombros e pescoço
e toda a sombra que eu inventei
caiu sobre meu antro insosso.
Não sei o que espera da minha fala,
já eu, espero que estoures a mudez,
apesar da vida que me cala,
deixei de vê-lo com toda a sensatez.
Menino! Não passas disto!
Destrói-me com suas palavras,
por mim não é mais benquisto,
na espada que em todos encravas.
Carregue-se sozinho!
eu não quero mais.
Use de seu próprio carinho!
não me importa onde vais.
Eu te minto agora, não crês?
mas a verdade, por ti ignorada,
não mostrarei outra vez.
Agora sou toda alma invernada.
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