Sa(a)ra
Posted on 21:03 by Joana
Enquanto a palavra divina é passada
de boca em boca
As mentes dissecando a terra salgada
junto com a carne
Cada um vê seus próprios pecados
Línguas ferinas murmuram, conspiratórias
Suas blasfêmias contra os mandamentos sagrados
A retórica do mestre gera o silêncio
Os olhos escorregam pelo livro
matéria, sensualismo
Estão mais presentes que o ideal divino
espírito, ascetismo
O pregador particular brinca
Mas, irônico, não perdoa
Porque uma mímese de autora critica
Ele retruca, a autocrítica ecoa
(Por que ainda não me formei em Letras Atéias?)
O curso corre e, disfarçadamente,
As palavras escritas são hipócritas
afinal, sermões eu trouxe
Duramente, incito a rebelião contra o ópio
E continuo aqui, ouvindo a palavra do mestre
Frases soltas que vão contra os ensinamentos
Ah, viva o meu ódio à Igreja!
Poema dedicado ao professor Zé Edu.
Posted on 21:34 by Joana