Flagelo

Me cobrindo de rubis, descascando meu corpo nu
em esmeraldas sujas que rasgam minha pele.
Nos lábios uma palavra inócua, insípida,
servindo para que eu me esconda do ardido sol. 


Caindo no lajeado onde já pisei, altiva, 
naquela dor que, de tão irreal, acaricia
e, nos goles alimentando meu vazio, 
peço para perdoarem-me os pecados. 


matai-me queimai-me tudo com a ferocidade de quem quer ver a dor perfure cada canto de minha alma se desfazendo gotejante pois não há como salvar esse corpo que vazio fraco chora.


Lamento, minhas voz não consegue mais
se sobrepor aos seus olhos tão azuis e verdes.
Agora vou encolher-me para dentro da luz, 
lavando as marcas, chibatadas de fogo.


Me alce ao inferno à custa de esforço dantesco,
enforque meu sangue em seu pescoço.
Voando a fada de asas de pétala,
e meu rouco olhar persegue o mundo. 

1 comentários:

Anônimo disse...

Joana, boa sorte.
E gostei muito do poema, está formidável; muito bonito.

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