(Achei no fim de um caderno)

O meu medo é múltiplo, são.
A pele rasga sozinha em preto e branco,
as minhas vozes gritam com vontade.
Pois tudo é uno e vários. 


Não consigo fugir, me desespero.
Lágrimas sanguinolentas em sonho. 
O vento passa, uivando o choro,
enquanto as luzes correm todas.


Dançando em fios metálicos, 
gelado beijo no espelho negro.
Eco de amor, uma vida no ódio,
sou um resquício de majestade.


Caindo por nuvens, noite adentro,
                                e voando no sol com asas enceradas.


Espero o fim de meu tempo.

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