Infinitesimal

Mal acariciou o tempo em dedos a se roçar - 
na harmonia dos olhos enviesados e da timidez. 
Enquanto não existia razão para o arfar, 
nem para aquele ínfimo recanto de insensatez. 

A esperança que tinha olhos de esmeralda, 
como monstro da inveja, zombando da loucura
de tocar os sonhos com as mãos em grinalda,
um pendor de um sofrimento que não cura.


Dela o sol queimou a pele - 
                                      delgada casca de seus amores. 
Dele retirou da vista as cores -
                                           o homem que se acautele.

Resquício e eco quando do toque
incompleto dos afrescos em suas memórias,
inevitável marcha fúnebre que invoque
a verdade amarga e sem glórias. 

Perdeu-se em sua imensidão de mácula
                                                         a esperança
Ao correr do tempo o ínfimo prazer
                                                  em vingança

Eles roubaram uma fenda - 
                                       deixaram-se alumiar.

Deles a natureza pudenda -
                                       impediu-os de se entregar.

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