Durmo

Minha mão escorrega pelo cetim das cobertas.
E a Lua irradia, lá fora, toda beleza.
Passos largos na pedra fria,
ressoando lentamente no meu sono.

A rua é escura, sem lampiões,
um gato mia de solidão e fome.
Mas eu não acordo do torpor lacrimoso,
suor frio em palmas quentes de neve.

Se amanhã desperto, tão lúcida,
lembrarei da negra noite que,
com luz da Lua, me envolve?
O abraço partido do antigo sonho.

Já não há força nos passos que se arrastam,
que se arrastam pela rua.
Sob o primeiro poste, eu sei, eu vejo,
você acende um cigarro.

1 comentários:

Anônimo disse...

Incrível. Fico maravilhada com teus poemas, moça.

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