Na madrugada sonhei com uma imagem

Despenteado ar de graça,
que nem santa.

Desvalidas pernas tortas,
destituídos braços nus.

Transgrediu os sonhos de outrem, verdejou espaçosamente
enquanto rugia um vento sem rumo nem desatino,
tinha olhos grandes e muito escuros.

Íntegra em pele desonesta.

Bela em carapuça escondida.

Era por si só um ícone de paradoxos sobrepostos como muralhas.